Durante 23ª edição do EESCON (Encontro das Empresas de Serviços
Contábeis do Estado de São Paulo), que ocorreu entre quarta e sexta-feira dessa
semana, um dos assuntos mais discutidos, sendo inclusive tema de palestra no
evento, diz respeito à sucessão no comando das empresas contábeis. A ínfima
participação de jovens profissionais da área, ou pelo menos entre os
representantes da direção das empresas que participaram, jogou ainda mais
dúvidas acerca do tema.
Não é de hoje que a preocupação com a sucessão nos escritórios contábeis
norteia grande parte das discussões. Afinal, a área contábil como um todo ainda
é essencialmente dominada por profissionais com anos de experiência, e a
própria busca por profissionais por vezes é direcionada exclusivamente para
currículos que já contem com bagagem na área.
Os jovens profissionais da área, recém-formados, optam basicamente por
dois caminhos: as grandes empresas de auditoria ou a área contábil das
multinacionais e empresas de grande porte. O empreendedorismo no setor contábil
é pouco disseminado. Dado que pode ser facilmente verificado com uma
observação: quantos escritórios de contabilidade atualmente são gerenciados por
profissionais com menos de 30 anos?
Obviamente, em qualquer ramo a experiência é necessária. Mas até mais do
que em outras áreas, a contabilidade geralmente reúne profissionais que desde
cedo já atuam na área e começam a reunir a experiência necessária para abrir
seu próprio negócio. Com poucas oportunidades de crescimento em escritórios
contábeis, contudo, esses profissionais rapidamente são contratados por
empresas de grande porte ou auditorias. Poucos optam por abrir sua própria
empresa, mas, entre os que escolhem esse caminho, as dificuldades de trilhá-lo
sozinho, sem ajuda de profissionais já no ramo há mais tempo, aumentam ainda
mais.
A questão fica mais complexa quando se verifica que, entre os novos
escritórios de contabilidade que surgem sob o comando de profissionais novatos,
a disputa é acirrada, o que eventualmente faz com que os honorários sejam
jogados lá embaixo a fim de se atrair novos clientes. O que prejudica tanto os
serviços prestados aos clientes, quanto as finanças das empresas já
estabelecidas no mercado, que precisam sustentar a estrutura que possuem.
Vale dizer que, cada vez mais, os cursos universitários jogam milhares
de novos profissionais no mercado, sendo que poucos possuem os requisitos para
gerenciar um escritório de contabilidade. Ao mesmo tempo, boa parte já está
inserida desde jovem na nova realidade digital, possuindo habilidades e
técnicas extremamente úteis se aplicadas em conjunto com a experiência dos
profissionais já atuantes no ramo.
A bola foi levantada durante o EESCON: é necessário, ou mais, crucial,
que os atuais diretores, sócios e donos das empresas contábeis comecem a pensar
de maneira mais séria e profunda nos substitutos para seus cargos. Sejam eles
familiares ou não. Afinal, ninguém é eterno. Por mais que a área contábil
pareça reunir os grandes “sobreviventes” do mercado de trabalho.
Seguem abaixo uma relação de reportagens sobre estudos e pesquisas na
área de sucessão no comando das empresas de contabilidade, selecionados pelo
“Um Jovem Contador”:
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